Yes é um grupo britânico de rock progressivo formado originalmente por Jon Anderson (vocal), Chris Squire (baixo), Tony Kaye (teclado), Peter Banks (guitarra) e Bill Bruford (bateria) em 1968
Apesar das muitas mudanças na formação, separações ocasionais e as diversas mudanças na música popular, o grupo permanece por mais de 30 anos e ainda retém grande prestígio internacional.
As gravações do Yes durante a década de 70 ainda hoje são consideradas por muitos fãs como sendo o som clássico do Yes
Esses discos apresentam arranjos complexos com orientação de música erudita, marcações de tempo incomuns, musicalidade virtuosa, mudanças métricas dramáticas, dinâmicas e letras surrealistas de significados obscuros
O repertório comumente excedia a estrutura padrão das músicas pop de duração média de três minutos com suítes longas, algumas vezes com 20 minutos ou mais, fazendo da banda um dos carros-chefe do emergente rock progressivo
Versos com vocais alternavam-se com interlúdios instrumentais atmosféricos, passagens frenéticas e improvisos longos de guitarra, teclado e baixo.
As marcas registradas deste período clássico são os vocais agudos e melódicos de Jon Anderson, os solos de guitarra e teclado de Steve Howe e Rick Wakeman, respectivamente, a bateria poliritmica de Bill Bruford (e, posteriormente, Alan White) e o baixo altamente melódico de Chris Squire, destacado pelo som de seu Rickenbacker RM1999.
Chris Squire foi um dos primeiros baixistas de rock a adaptar de forma bem-sucedida efeitos de guitarra para seu baixo, tais como tremolo, phasers e pedal wah-wah.
A seção rítmica de Squire/Bruford e Squire/White é considerada por muitos como uma das melhores do rock daquele tempo.
Os dois primeiros discos do Yes uniam material original com covers de suas principais influências, incluindo Beatles, The Byrds e Simon & Garfunkel. A saída de Peter Banks em 1970 e a chegada de Steve Howe levou o Yes à novos pontos.
O novo estilo emergente do grupo gerou seu próximo álbum, o bem-recebido pela critíca The Yes Album, que pela primeira vez consistia inteiramente de composições originais
Também foi o disco que iniciou a parceria com o produtor e engenheiro de som Eddie Offord, cuja habilidade com estúdio foi um elemento-chave na criação do som do Yes.
Em 1971, o tecladista Tony Kaye foi demitido, vindo a formar depois sua própria banda, Badger
Apesar de ser um tecladista talentoso que contribuia com passagens memoráveis em seu orgão Hammond (particularmente nas clássicas “Everydays” e “Yours is No Disgrace”)
Kaye não conseguia se equiparar à guitarra de Howe no que diz respeito aos improvisos
Ele foi substituído por Rick Wakeman, de treinamento clássico, que havia acabado de sair do The Strawbs e era um músico de estúdio notável, tendo tocado com David Bowie e Lou Reed
Wakeman trouxe os teclados à um nível tão alto quanto o da guitarra, uma situação rara para um grupo de rock.
Como um solista, Wakeman provou-se um perfeito colega para Howe. Ele também trouxe duas adições vitais para a instrumentação do grupo – o Mellotron (que Kaye se mostrava pouco à vontade em usar) e o sintetizador Minimoog
Seu visual no palco também era marcante: Wakeman era rodeado por vários teclados, e possuia um cabelo loiro longo e uma capa brilhante, ganhando ares de mago. Apesar do grande impacto visual, sua aparência se tornou objeto de ridículo para alguns.
A primeira gravação dessa nova formação (Anderson, Bruford, Howe, Squire e Wakeman) foi uma interpretação dinâmica de dez minutos de duração de “America” de Paul Simon, originalmente do disco The Age of Atlantic, uma compilação de várias bandas da Atlantic Records
O excelente trabalho de orgão na música na verdade foi tocado por Bruford. Foi simultaneamente o fim de uma era – foi a última faixa não-original que a banda gravou – e o início de outra, demonstrando todos os elementos do novo Yes.
Com Wakeman à bordo, o Yes entrou naquele que muitos consideram como sendo seu perído mais fértil e bem-sucedido, gravando dois discos muito bem recebidos.
Fragile (1972) constou no Top 10 na América, assim como Close to the Edge (1972)
O Yes gozou de enorme sucesso comercial e de crítica por todo o mundo e passou a possuir um dos shows mais populares da época
Eles também se valeram dos tremendos avanços na tecnologia para som ao vivo que surgiam na época, e eles eram renomados pela alta qualidade de som e iluminação no palco
Os dois discos se tornaram grandes marcos na história do rock progressivo. Inclusive, muitos consideram o álbum Close to the Edge como sendo o ponto máximo de todo o genêro.
Fragile apresentava as capacidades individuais da banda apresentando uma composição individual de cada um: “We Have Heaven” de Anderson, “Mood for a Day” de Howe, “Cans and Brahns” de Wakeman, “Five per Cent for Nothing” de Bruford e “The Fish” de Squire
As outras quatro faixas do disco eram composições de toda a banda (destaque para a excelente “Roundabout”.
Fragile também marcou o início de uma longa parceria com o artista Roger Dean, que desenvolveu o logotipo do grupo e as capas de seus álbuns, bem como os cenários de palco
Dean também trabalharia para outras bandas de rock progressivo, tornando suas ilustrações psicodélicas e ricas de detalhes uma característica marcante do rock progressivo.
Antes do lançamento de Close to the Edge, durante o auge do sucesso da banda, Bill Bruford anunciou que estava saindo da banda para se unir ao King Crimson
A atitude de Bruford causou espanto geral, pois Bruford estava deixando uma banda de grande sucesso comercial para se unir a uma banda de potencial comercial tão fraco – devido ao alto teor experimental da musicalidade do King Crimson
Ele foi substituido pelo ex-baterista da Plastic Ono Band, Alan White, um baterista de rock mais convencional e dono de um estilo contrastante com a sonoridade imaginativa e jazzistíca de Bruford.
White, amigo de Anderson e Offord, já vinha sendo sondado pela banda semanas antes da saída de Bruford
Chris Squire o ameçou jogá-lo pela janela caso ele não aceitasse entrar na banda. Ele aceitou, permanecendo na banda por mais de trinta anos, contibuindo com mudanças de tempo ambiciosas e uma capacidade colaborativa muito proveitosa para o Yes.
White conseguiu aprender o repertório altamente ambicioso da banda em apenas três dias antes de iniciar a turnê, que teve início logo após o lançamento de Close to the Edge, em Setembro de 1972.
A turnê rendeu o álbum ao vivo triplo Yessongs’. O disco inclui duas faixas gravadas com Bruford: “Perpetual Change”, com um solo de bateria de Bruford, e “The Fish”.
Yessongs foi um projeto ambicioso e sem dúvidas uma aposta arriscada da gravadora Atlantic Records.
Foi um dos primeiros discos triplos da história do rock, apresentando versões ao vivo de todo o material original dos três discos anteriores
Apresentada em uma das embalagens mais luxuosas da época, a arte de Roger Dean se espalhava através das dobras e dava continuidade aos conceitos orgânico-cósmicos dos dois discos anteriores
O disco foi outro sucesso de vendas e foi recentemente votado como um dos vinte melhores álbuns ao vivo de todos os tempos. Um vídeo da turnê, lançado sob o mesmo nome, apresentando filmagens (com Howe ganhando grande destaque por ser cunhado do editor) misturadas com efeitos visuais psicodélicos.
O próximo disco de estúdio, Tales from Topographic Oceans, marcou uma mudança drástica na sorte da banda, dividindo fãs e critícos
Apesar de composições longas do Yes já serem comuns nesse ponto – a faixa-título de Close to the Edge ocupava todo um lado do LP – as quatro faixas de duração média de 20 minutos que constituíam o disco duplo Tales from
Topographic Ocans receberam opiniões mistas e deixou a sensação de que a banda estava começando a exagerar.
Gravado após uma longa turnê, o disco foi descrito por Jon Anderson como sendo “o ponto de encontro de grandes idéias e pouca energia”
Rick Wakeman, em particular, desaprovou o disco, e até hoje fala mal dele. É dito que o filme This is Spinal Tap tirou inspiração deste disco e da sua respectiva turnê. Por outro lado, fanáticos por rock progressivo o consideram um dos melhores discos de rock progressivo de todos os tempos
Não importa que opiniões receba, a única coisa certa é que o disco deixa uma impressão extrema, seja ela positiva ou negativa.
Tensões internas entre Wakeman e o resto da banda, bem como a cada vez mais bem-sucedida carreira solo do tecladista, o levaram a sair da banda após a turnê de Tales em 1974
Dedicando-se por completo à sua carreira solo, ele obteve grande sucesso.
2001-Magnification
2003-The Ultimate
CD1
2011-In The Present
2014-Heaven & Earth
The Best Of
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